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23 de abril de 2011

Igreja

Nesta altura perco-me sempre a pensar num tema que, pelo menos a mim, aflige. O país está em crise e todos nós nos vemos a braços com uma dificuldade crescente, mas com isso vem também para alguns uma maior necessidade de acreditar em algo que sirva de apoio e de ancora... Não critico as pessoas religiosas por acreditarem em algo que as faz sentir seguras, critico sim as pessoas/seitas que fazem desse acreditar e dessa fé um negócio.

Peguemos na igreja católica, que me parece a mim, ser a mais seguida no país. Esta igreja tem 5 mandamentos que a regem:

1 - Participar na Missa, aos domingos e festas de guarda e abster-se de trabalhos e actividades que impeçam a santificação desses dias.
- (São as pessoas obrigadas a ir a igreja? Limitando assim a liberdade das pessoas, mesmo que auto-imposta pelas mesmas)

2 - Confessar os pecados ao menos uma vez cada ano.

3 - Comungar o sacramento da Eucaristia ao menos pela Páscoa.

4 - Guardar a abstinência e jejuar nos dias determinados pela igreja.
- (Não comer ou evitar determinados alimentos? Mais uma vez, limitando o direito à liberdade)

5 - Contribuir para as necessidades materiais da igreja, segundo as possibilidades.
- (Para mim o mais grave!  donativos que supostamente serão livres, mas que toda a gente será obrigada a dar. Não esquecer que até 2005 estes donativos eram chamados de dízimos, ou seja, uma décima parte do ordenado)

Eu até acredito que exista algo maior que nós, mas na igreja? Nessa eu não acredito! Só serve para limitar as pessoas, obrigando-as seguir rituais ultrapassados e pior de tudo, fazendo da crença um negócio. Para mim o culto dá-se em qualquer lugar, a qualquer hora, basta acreditarmos e querermos ali estar... De livre vontade e sem obrigações, como homens livres que somos.



A todos aqueles que precisam de algo para se agarrarem nestes tempos difíceis, aconselho olharem para a família e para todos aqueles que vos amam... Nem sempre precisamos de algo maior que nós para ultrapassarmos momentos difíceis, por vezes o que precisamos está mesmo ali ao nosso lado. Mas mesmo que isso não vos chegue, não caiam em cantigas, afinal já a minha bisavó dizia, “Deus está em todo o lado e vê tudo…”.

Cumprimentos a todos, João Bento.

1 comentário:

Ana Dionísio disse...

Por vezes as pessoas veêm-se numa situação de aflição ou desespero de tal ordem que enfraquecem ao ponto de se deixarem levar por este tipo de coisas. Não considero que a religião ou a fé sejam esse tipo de coisas, porque muito sinceramente acho que mesmo que o neguemos ou refutemos cá bem dentro sabemos que tem de haver algo muito superior a nós que explique coisas para as quais não conseguimos encontrar respostas óbvias. Para mim o que é condenável são as pessoas que fazem de algo tão sagrado como a fé um negócio. Isso sim é repugnante e limitador. De facto, se a religião for utilizada para controlar e limitar as pessoas, abusar da sua boa-vontade ou explorar a sua desgraça isso deveria ser considerado crime.
Existem igrejas em que entramos e sente-se algo mágico, outras em que não se sente nada, mas se quisermos encontar-nos connosco próprios ou Deus (se assim prefirem) não acho que precisemos de ir a um sítio específico. Eles estão onde quer que nós precisemos deles. Muitas vezes são a nossa família, os nossos amigos, a nossa coragem e amor, o sermos justos e razoáveis. Isso é que é sagrado e espiritual, não é ir à igreja ou rezar não sei quantos pais-nossos só porque sim.

beijos!!